
Silvio Persivo
O ex-técnico do Grêmio, Gustavo Quinteros, se queixando, com toda razão, que "Se equivocaram no Grêmio em me tirar tão cedo. No Chile e na Argentina me aconteceu o mesmo nos primeiros três meses quando cheguei nos clubes e lá, sim, confiaram no projeto e terminei sendo campeão". O que aconteceu com ele já aconteceu com outros técnicos também de qualidade. Mas, o futebol brasileiro vive este absurdo, inclusive com a falta de responsabilidade de seus diretores e uma pressão errônea de torcedores fanáticos que pensam que o céu é perto. Formar uma boa equipe não é um trabalho de mágica e depende de muitos fatores. Infelizmente no futebol brasileiro se espera que o técnico mal chegado a equipe, ainda conhecendo o material humano que possui, consiga, num passe de mágica, transformar o que está ruim em excelente. É o mal dos tempos da espetacularização: tudo se resume ao que aparece no momento. Estamos na quarta rodada do Brasileirão e o que vemos é a queda de um técnico a cada rodada! Já foram dispensados nestas quatro primeiras rodadas, os técnicos Mano Menezes do Fluminense, Pedro Caixinha do Santos, Gustavo Quinteros e Ramón Díaz, do Grêmio e Corinthians, respectivamente. A nenhum deles se pode negar conhecimento e qualidade (há sempre quem negue). O nível de insensatez é tão grande que nomes como os de Abel Ferreira, que tem sido um grande vencedor nos últimos tempos, e de Roger Machado, que pegou o Internacional aos bagaços e criou um time, tem sofrido críticas. Sorte de Renato que foi bafejado por resultados contínuos bons. É fruto do seu trabalho? É. porém, resultados bons dependem de apoio da diretoria, clima interno bom, bons jogadores, dos adversários e da sorte! Sim, da sorte. Há horas em que a bola, caprichosa, insiste em não entrar. E em outras entram de modo inesperado. Para felicidade do Léo Conde, técnico do Ceará, por exemplo, apesar dos gols tomados nos acréscimos o time permanece num bom patamar. Imagine se o Ceará não ganha os jogos em casa qual seria a pressão neste momento? O técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, já mostrou sua capacidade de criar uma equipe, mas, tem sofrido com problemas que escapam ao seu controle, entre eles, venda de jogadores, contusões e a parte emocional. A parte emocional, muitas vezes, faz uma equipe boa vacilar, em certos momentos, e isto é fatal. São 20 equipes no Brasileirão e só 6 a 8 delas possuem chance de ser campeão, mas somente uma delas vai ser. E ainda que numa ótima fase, pelo menos, será normal perder umas três ou quatro partidas. Porém, torcedores de clubes, como por exemplo, o Corinthians, o Flamengo até mesmo o Botafogo, hoje em dia, agem como se seu time tivesse obrigação de ganhar todas, como se fosse invencível. Os técnicos, os jogadores são, até que se prove o contrário, seres humanos. E com as exigências que se tem agora precisam jogar sempre em alto nível, ou seja, pedem que sejam sobre-humanos. A crônica esportiva, medíocre e desumana, não ajuda. Sem critério endeusam e arrasam. Chegaram a chamar Neymar de “jogador de isopor”. Foi quem mais levou pancada em todos os tempos. Mas, o espetáculo exige cabeças cortadas. É uma palhaçada, mas estamos no tempo da espetacularização. O que vale é aparecer. Mesmo que da pior maneira.
O ex-técnico do Grêmio, Gustavo Quinteros, se queixando, com toda razão, que "Se equivocaram no Grêmio em me tirar tão cedo. No Chile e na Argentina me aconteceu o mesmo nos primeiros três meses quando cheguei nos clubes e lá, sim, confiaram no projeto e terminei sendo campeão". O que aconteceu com ele já aconteceu com outros técnicos também de qualidade. Mas, o futebol brasileiro vive este absurdo, inclusive com a falta de responsabilidade de seus diretores e uma pressão errônea de torcedores fanáticos que pensam que o céu é perto. Formar uma boa equipe não é um trabalho de mágica e depende de muitos fatores. Infelizmente no futebol brasileiro se espera que o técnico mal chegado a equipe, ainda conhecendo o material humano que possui, consiga, num passe de mágica, transformar o que está ruim em excelente. É o mal dos tempos da espetacularização: tudo se resume ao que aparece no momento. Estamos na quarta rodada do Brasileirão e o que vemos é a queda de um técnico a cada rodada! Já foram dispensados nestas quatro primeiras rodadas, os técnicos Mano Menezes do Fluminense, Pedro Caixinha do Santos, Gustavo Quinteros e Ramón Díaz, do Grêmio e Corinthians, respectivamente. A nenhum deles se pode negar conhecimento e qualidade (há sempre quem negue). O nível de insensatez é tão grande que nomes como os de Abel Ferreira, que tem sido um grande vencedor nos últimos tempos, e de Roger Machado, que pegou o Internacional aos bagaços e criou um time, tem sofrido críticas. Sorte de Renato que foi bafejado por resultados contínuos bons. É fruto do seu trabalho? É. porém, resultados bons dependem de apoio da diretoria, clima interno bom, bons jogadores, dos adversários e da sorte! Sim, da sorte. Há horas em que a bola, caprichosa, insiste em não entrar. E em outras entram de modo inesperado. Para felicidade do Léo Conde, técnico do Ceará, por exemplo, apesar dos gols tomados nos acréscimos o time permanece num bom patamar. Imagine se o Ceará não ganha os jogos em casa qual seria a pressão neste momento? O técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, já mostrou sua capacidade de criar uma equipe, mas, tem sofrido com problemas que escapam ao seu controle, entre eles, venda de jogadores, contusões e a parte emocional. A parte emocional, muitas vezes, faz uma equipe boa vacilar, em certos momentos, e isto é fatal. São 20 equipes no Brasileirão e só 6 a 8 delas possuem chance de ser campeão, mas somente uma delas vai ser. E ainda que numa ótima fase, pelo menos, será normal perder umas três ou quatro partidas. Porém, torcedores de clubes, como por exemplo, o Corinthians, o Flamengo até mesmo o Botafogo, hoje em dia, agem como se seu time tivesse obrigação de ganhar todas, como se fosse invencível. Os técnicos, os jogadores são, até que se prove o contrário, seres humanos. E com as exigências que se tem agora precisam jogar sempre em alto nível, ou seja, pedem que sejam sobre-humanos. A crônica esportiva, medíocre e desumana, não ajuda. Sem critério endeusam e arrasam. Chegaram a chamar Neymar de “jogador de isopor”. Foi quem mais levou pancada em todos os tempos. Mas, o espetáculo exige cabeças cortadas. É uma palhaçada, mas estamos no tempo da espetacularização. O que vale é aparecer. Mesmo que da pior maneira.