
E antes só existia a prova dos noves, hoje, até já fizeram a prova real. “Todos os países são difíceis de governar. Só o Brasil é impossível” (Millôr Fernandes).
EDITAL CONTRATA GESTÃO EMERGENCIAL DO JOÃO PAULO II
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia (Sesau), publicou edital para contratação emergencial de empresa especializada para o gerenciamento da estrutura física e de pessoal, bem como a execução de serviços profissionais na área médico-hospitalar. O edital inclui o fornecimento de bens e insumos necessários para o pleno funcionamento do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II (HPSJPII), da Unidade de Assistência Médica Intensiva (AMI) e do Hospital de Retaguarda de Rondônia (HRRO), visando assegurar o atendimento integral e contínuo aos usuários. A data para recebimento de propostas é até o dia 22 de abril. O governo considera este um passo importante para o fortalecimento da rede pública de saúde, mas tem contra si a posição das entidades médicas e da maior parte do pessoal do setor que é contra a privatização dos serviços.
BANCOS FECHAM NO FERIADO
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que as agências bancárias em todo o Brasil ficarão fechadas nos feriados da 6ª Feira Santa e de Tiradentes, dias 18 e 21 de abril, respectivamente. Mesmo com o fechamento das agências, os clientes podem realizar transações via Pix, além de usar as áreas de autoatendimento e os canais digitais dos bancos para outras operações. Já as transferências via TED (Transferência Eletrônica Disponível) só serão processadas no primeiro dia útil depois do feriado. Em Rondônia também, é claro.
SEM OPÇÕES DE FUTURO NO CURTO PRAZO
Por mais que a publicidade do governo tente passar otimismo suas mensagens esbarram na realidade do aumento da dívida pública e da inflação, bem como em, praticamente, confissões de que tenta maquiar os dados. É o que, qualquer analista sensato, vai concluir do fato de terem anunciado que, a partir de 2027, os precatórios voltarão a entrar no cálculo do resultado primário. Ora, como o governo ignorou isto ao projetar suas metas para os próximos anos, não se pode escapar de concluir que o governo produz uma ficção contábil que afeta inclusive o próximo governo. E, diante do setor externo volátil, se mostra incapaz de formular e executar políticas econômicas compatíveis com o novo cenário global. Ou seja, perde as oportunidades de aproveitar o que poderia proporcionar ganhos de curto prazo. A conclusão é a de que o governo não possui um plano de ação com credibilidade, bem como demonstra muita dificuldade em interpretar a conjuntura e resolver o quadro fiscal inconsistente, para não dizer desorganizado, e, em alguns aspectos, francamente uma fantasia. E não há nenhum indício de que vá se tornar mais ortodoxo e comprometido com o ajuste das contas públicas. Em suma sua ação se pauta apenas, de forma reativa, aos problemas do momento, de forma que a possibilidade de um ajuste fiscal necessário fica dependendo de um novo governo, depois da eleição, que dê mais atenção à sustentabilidade das contas públicas.
UM TERÇO DOS BRASILEIROS ESTÁ VIVENDO DE CRÉDITO ROTATIVO
Enquanto o governo dorme a inflação escapa dos índices oficiais. Não há publicidade que esconda que o dinheiro acaba antes de fechar o mês e que o brasileiro está renunciando, em 2025, a muitos prazeres por falta de dinheiro. É o que mostra a nova edição da pesquisa “O Bolso do Brasileiro”, da Hibou. O levantamento traça um retrato minucioso de como o consumo está se redesenhando em meio ao aperto financeiro. Constata a alta no endividamento, cortes no carrinho de compras, trocas de marcas, contas em atraso e escolhas difíceis no dia a dia. Os dados revelam um consumidor pressionado que está se adaptando para sobreviver à escalada do custo de vida. A pesquisa ressalta que na percepção de 78% dos brasileiros os preços subiram mais do que os índices divulgados pelo governo. Só 20% creem na inflação oficial, o que escancara o descompasso entre a realidade sentida na rotina e os números macroeconômicos. Para a executiva da Hibou, Lígia Mello, “A inflação real, para o consumidor, não está nos relatórios-está no carrinho do supermercado e nos boletos acumulados. A perda de poder de compra é o que define o humor da economia popular”. Isto fica claro pela dificuldade dos brasileiros em manter as contas básicas e no aumento do uso do crédito rotativo., pois 33% aumentaram os gastos no cartão aumentaram no 1º trimestre de 2025. Este crescimento aumentou o endividamento: 21% estão mais endividados do que no início do ano, enquanto 35% seguem no mesmo nível. Apenas 16% conseguiram reduzir suas dívidas, e 28% afirmam não estar endividados. Além disto, 49% dos lares brasileiros têm alguma conta em atraso. As mais comuns são o próprio cartão de crédito (56%), seguidas por contas de luz e água (28%), boletos em atraso (26%), empréstimos (21%), cheque especial (18%), impostos como IPTU (13%) e IPVA (11%), e até aluguel (2%). O que é pior ainda com a estagnação da renda, em 2025 até aqui, 32% dos brasileiros tiveram nova redução de renda neste ano, e 30% afirmam que tudo segue igual- sem piora, mas também sem melhora. Para 12%, alguém em casa perdeu o emprego no último ano. Outros procuram complementar a renda: 11% dizem que alguém de casa passou a fazer bicos, 4% voltaram ao regime CLT, e só 7% conseguiram de fato aumentar a renda familiar. Uma minoria, 2%, diz ter mudado de casa para economizar no aluguel e 2% fechou o próprio negócio no último ano.
SALÁRIO-MINIMO PREVISTO COM AUMENTO DE 7,38% PARA 2026
Com o envio do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária-PLDO de 2026, apresentado nesta terça-feira (15), o governo Lula da Silva prevê um salário-mínimo de R$ 1.630,00 no ano que vem. O valor indicado no PLDO representará um aumento de 7,38% em relação ao piso atual, que é de R$ 1.518,00. Embora um pouco maior do que se cogitava antes o valor segue a fórmula de correção da política de valorização, com reajuste pela inflação de 12 meses até novembro do ano anterior mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (neste caso, o de 2024).