Porto Velho , RO – O estado do Amazonas acendeu o sinal de alerta na área da saúde pública devido ao aumento no número de casos confirmados de Mpox (varíola dos macacos) em 2025. De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), divulgados nesta terça-feira (7), o estado já contabiliza 35 casos positivos da doença, todos eles registrados em residentes de Manaus.
Desde o início do ano, as autoridades de saúde receberam 112 notificações de possíveis casos de Mpox. Desse total, 62 foram descartados após análise laboratorial, enquanto outros 15 seguem sob investigação, aguardando resultados de exames. Os números atuais representam um aumento em relação ao período de janeiro a abril deste ano, quando foram registradas 63 notificações, com 33 confirmações e 29 descartes.
Perfil dos Casos:
A análise dos casos confirmados revela que a faixa etária mais afetada pela Mpox no Amazonas é a de 30 a 39 anos, com uma média de idade dos pacientes infectados de 32 anos (variando entre 23 e 46 anos). Essa concentração de casos em adultos jovens reforça a importância da atenção e da informação para essa parcela da população.
Doença
Causada pelo vírus Monkeypox, a doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente para pessoas, por meio de objetos e superfícies que foram tocados por um paciente infectado.
Em regiões onde o vírus está presente entre animais selvagens, a mpox também pode ser transmitida para humanos que tenham contato com os animais infectados.
A infecção pode causar uma série de sinais e sintomas. Embora algumas pessoas apresentem sintomas menos graves, outras podem desenvolver quadros mais sérios e necessitar de atendimento em unidades de saúde.
É comum a erupção na pele, semelhante a bolhas ou feridas, que pode durar de duas a quatro semanas.
O quadro pode começar com ou ser seguido de febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados. A erupção cutânea pode afetar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha, as regiões genitais e/ou anal.

Porcentagem:
Os pacientes diagnosticados com Mpox tem:
- Erupção cutânea (presente em 66% dos casos)
- Proctite (inflamação do reto, também em 66% dos casos)
- Dor nas costas (57%)
- Inchaço dos linfonodos (adenomegalia, em 57% dos casos)
Resposta da Saúde e Medidas Preventivas:
Apesar do aumento no número de casos, a FVS-RCP informa que não houve registro de óbitos relacionados à Mpox no Amazonas até o momento. Casos que apresentam maior gravidade, como os de gestantes, crianças e pacientes com lesões extensas, são encaminhados para tratamento especializado na Fundação de Medicina Tropical – Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), em Manaus, unidade de referência para doenças infecciosas no estado.
As autoridades de saúde reforçam a necessidade de a população adotar medidas preventivas para evitar a propagação do vírus Mpox. Entre as principais recomendações estão:
- Evitar contato físico direto com pessoas que apresentem lesões na pele ou outros sinais da doença.
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel, especialmente após contato com superfícies em locais públicos.
- Praticar sexo seguro, utilizando preservativos, pois a transmissão sexual é uma das formas de contágio.
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, utilizando um lenço descartável ou o antebraço.
- Utilizar máscaras de proteção em ambientes fechados e com pouca ventilação, principalmente em locais de grande circulação de pessoas.
- Manter uma higiene pessoal rigorosa.

© Reuters/Dado Ruvic/proibida a reprodução
Vacinação Não é para Todos:
É importante ressaltar que, embora exista vacina contra a Mpox no Brasil, ela não está disponível para toda a população como parte do calendário regular de vacinação. A aplicação do imunizante é direcionada a grupos específicos, conforme as diretrizes das autoridades de saúde locais e nacionais. Atualmente, a vacinação pode ser recomendada para pessoas vivendo com HIV/AIDS, indivíduos com imunodeficiências e profissionais de saúde que atuam diretamente no atendimento a pacientes com Mpox.
Rondônia mantém vigilância, mas não registra surto recente de Mpox
Apesar do aumento de casos de Mpox (anteriormente conhecida como Monkeypox) no estado vizinho do Amazonas, Rondônia não registra, no momento, um aumento significativo ou surto da doença. As notícias mais recentes sobre Mpox na região Norte têm focado na situação do Amazonas.
Em relação ao histórico, Rondônia descartou casos suspeitos em junho de 2022 e confirmou seus primeiros casos da doença em setembro do mesmo ano. No entanto, não há informações recentes que indiquem um crescimento expressivo no número de infecções no estado.
Fique Atento:
A FVS-RCP orienta a população a procurar um serviço de saúde caso apresente sintomas como erupções na pele, febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas e inchaço dos linfonodos. O diagnóstico precoce e o isolamento dos casos são fundamentais para conter a disseminação da doença.
Redação
Com informação da Agência Brasil