Porto Velho, Rondônia – O governador de Rondônia, Marcos Rocha, abriu o jogo em entrevista ao apresentador Everton Leone, abordando temas delicados como a crise interna com seu vice, Sérgio Gonçalves, e as projeções para as eleições de 2026. A conversa, que repercutiu na capital, trouxe à tona os bastidores do governo e a insatisfação do chefe do Executivo com atitudes recentes de seu segundo na hierarquia.
Futuro Político em Aberto
Questionado sobre sua possível candidatura ao Senado e, principalmente, sobre quem seria seu sucessor ao governo em 2026, Rocha manteve a cautela. "Isso a gente tem que esperar para saber, ver ali na frente, eu preciso analisar tudo que aconteceu nesse momento para poder de fato decidir como é que eu vou proceder", afirmou o governador. A resposta evasiva frustrou a expectativa do apresentador, que esperava ouvir o nome do atual vice-governador, Sérgio Gonçalves, como o provável ungido.
Fratura no Governo: O "Tremendo Vacilo" de Sérgio Gonçalves
O ponto alto da entrevista foi a explanação de Marcos Rocha sobre o desentendimento com Sérgio Gonçalves. O apresentador questionou o governador sobre seu suposto aborrecimento com o pedido público de Gonçalves para a saída do chefe da Casa Civil, Elias Rezende. Rocha confirmou a insatisfação, classificando a atitude como um "tremendo vacilo".
"Na verdade eu só me preocupei com isso hoje, porque eu cheguei de lá de Israel, então dei uma atenção para a minha família [...] aí hoje eu fui entendendo mais ou menos o que aconteceu", explicou Rocha. Ele enfatizou que a escolha dos secretários é uma prerrogativa do governador e que a postura de Gonçalves foi "absurda".
Rocha demonstrou surpresa com a atitude do vice, relembrando que a escolha de Sérgio Gonçalves para a chapa em 2022 foi uma decisão pessoal e, segundo ele, "contra todos".
"Ninguém era a favor, o senhor sabe disso, ninguém era a favor, nem o próprio irmão, ninguém era a favor, eu escolhi e briguei com todo mundo para manter o Sérgio", revelou o governador, destacando a confiança que depositou em Gonçalves.
Apesar do tom de repreensão, o governador indicou que buscará uma conversa para entender o ocorrido.
"Eu acho que deve ter sido em um momento de fraqueza, então eu vou aguardar para conversar com ele para entender o que se passou na cabeça dele, qual foi, de repente, as influências que ele teve para chegar àquilo ali", ponderou Rocha. Ele ainda expressou a crença de que, no fim, "vai dar certo", referindo-se à relação com o vice.
Defesa do Chefe da Casa Civil e a Unidade Governamental
Sobre a nota oficial emitida por Elias Rezende, chefe da Casa Civil, Marcos Rocha a considerou "bastante coerente" e "ponderada". Ele reforçou a necessidade de união no governo.
"A gente tem que trabalhar junto, eu não vou brigar com outro secretário de Estado, os dois são secretários, vou brigar com outro secretário de Estado, a gente tem que defender o governo e trabalhar seguindo as orientações do governador", afirmou.
Rocha também relembrou episódios passados em que manteve um antigo chefe da Casa Civil, mesmo diante de pressões para sua saída, incluindo investigações policiais.
"Eu mantive, na verdade a polícia foi na casa dele, deu aquela confusão toda, eu falei não, peraí, eu acredito que você é um homem sério e mantive", concluiu o governador, sublinhando sua postura de lealdade e confiança em seus escolhidos.
A entrevista de Marcos Rocha lança luz sobre os desafios internos do governo de Rondônia e sinaliza que as articulações políticas para 2026 estão apenas começando, com o governador priorizando a estabilidade de sua gestão antes de definir os próximos passos.
Hoje, o governador Marcos Rocha será entrevistado no programa Manchetes do Dia, que irá ao ar nesta terça-feira, às 18h, pelo "Informa na Hora".
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Redação Diário O Norte