Dono de ferro-velho clandestino é preso no Rio acusado de receptação e crime ambiental. Polícia aponta movimentação de R$ 33,6 milhões e ligação com furtos de cabos.

O dono de um ferro-velho clandestino, Erick Couto Cordeiro, foi preso nesta quarta-feira (18) no Rio, acusado de receptação e crime ambiental. De acordo com a Polícia Civil, Erick movimentou R$ 33,6 milhões em quatro anos, sem apresentar qualquer fonte lícita que justificasse os valores. As informações são do G1.
Erick também é investigado por associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de dinheiro. Segundo os investigadores, um caminhão usado por ele foi flagrado em pelo menos cinco furtos de cabos de cobre, registrados desde 2024.
A prisão foi realizada durante a operação Caminhos do Cobre, que cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em recicladoras e endereços de sócios e operadores financeiros, tanto na cidade do Rio quanto na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos. A ação tem como alvo uma rede criminosa que utilizava a estrutura formal de empresas de reciclagem para dar aparência legal ao material furtado, principalmente cobre e cabos subterrâneos de concessionárias de serviços públicos.
A movimentação financeira de Erick chamou a atenção dos investigadores. Entre 2020 e 2024, passaram pelas suas contas R$ 33,6 milhões, de acordo com relatórios de inteligência financeira. Só entre setembro de 2020 e março de 2021, foram R$ 9,1 milhões. Depois, entre fevereiro e agosto de 2023, mais R$ 10,7 milhões, e de agosto de 2023 a julho de 2024, outros R$ 13,7 milhões.
Apesar desse volume milionário, o ferro-velho operava sem CNPJ e estava completamente irregular. Segundo a polícia, Erick já possui anotação criminal por furto de cabo de cobre.
O caminhão, embora não estivesse formalmente em seu nome, foi identificado pelos policiais como sendo de sua propriedade. O veículo foi flagrado, por exemplo, em um furto na Barra da Tijuca, em 17 de outubro de 2024, registrado por câmeras de segurança. Na ocasião, pelo menos três homens participaram do crime.
O caminhão chegou a ser apreendido, mas Erick se apresentou como proprietário e ficou com o veículo sob sua guarda. Mesmo assim, o caminhão voltou a aparecer em locais de outros furtos registrados em 2024 e 2025, até ser novamente apreendido nesta quarta.
A defesa de Erick não foi localizada.
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