
Silvio Persivo
Há certas pessoas que são impossíveis, se goste ou não, de ser ignoradas pela diferença que fazem no seu tempo. Um César, um Alexandre, um Napoleão, um Leonardo Da Vinci, só para citar os que me chegam sem dificuldade, fizeram muita diferença no seu tempo. No mundo contemporâneo há diversas personalidades que, com certeza, serão lembradas no futuro, porém nenhuma me parece ter tido uma vida tão repleta de polêmicas e importância quanto a de Elon Musk, que, além de ter acumulado uma fortuna que o coloca entre os homens mais ricos do mundo, influenciou muito em campos tão diversos como os setores automotivo, aeroespacial, de comunicações e de tecnologia com uma combinação de ousadia, em certos momentos até de provocação e outros de uma atuação surpreendente, como foi sua rápida passagem pelo governo de Trump. Sempre que leio alguma coisa sobre Musk mais fico interessado na trajetória deste que, sem dúvida, faz parte de uma minoria que muda as condições de nosso mundo. Assim estou muito interessado na obra do premiado jornalista Dennis Kneale , que assina o livro Elon Musk: gênio ou louco?, que, agora, foi traduzido e publicado no Brasil como novidade do catálogo da Citadel Editora. A obra, segundo release que recebo, apresenta os bastidores da trajetória do bilionário. O autor, ainda segundo o texto, apresenta o homem mais rico do mundo sob múltiplas camadas: empreendedor radical, visionário inquieto e figura que desafia as convenções de poder e autoridade em todo o mundo. Kneale não se limita em narrar sucessos, como os da Tesla e da SpaceX, mas procura entender o que há por trás das decisões que moldaram o império do sul-africano, até mesmo aqueles que resultaram em fracassos. Ele revela como Elon Musk opera a partir de uma lógica incomum, baseada em chamados “primeiros princípios”, um método de raciocínio que decompõe problemas até suas verdades fundamentais. O livro supera os limites de um perfil sendo mais uma reflexão sobre os limites da inovação e o preço de perseguir metas futuristas com total desprezo por normas determinantes. O autor mostra como Musk confronta abertamente reguladores, políticos e jornalistas, e como transforma críticas e crises em combustível para crescer. Em episódios marcantes, como sua recusa em ativar a rede Starlink na Crimeia ou sua famosa baforada de maconha em um podcast, vemos como ele lida com riscos extremos, muitas vezes com consequências bilionárias. A relação de Musk com os políticos também ganha espaço no livro, inclusive sua atuação durante a campanha e governo de Donald Trump. Embora afirmasse agir de forma independente, o bilionário foi fundamental, em momentos estratégicos, fazendo parte do governo e apoiando a agenda trumpista. Este envolvimento, assim como sua defesa radical da liberdade de expressão no X (antigo Twitter), reforça a imagem de um outsider com poder suficiente para dobrar ou ignorar as instituições tradicionais. Aliás, esta é uma das facetas de Musk que mais me impressionam. De certa forma ele sempre foi um libertário, um defensor da liberdade pessoal e de expressão até mesmo quando isto impactou muito fortemente em seu bolso diferentemente de outras personalidades que colocam sua fortuna acima das convicções. Efetivamente estou esperando, ansiosamente, que os Correios me entreguem o livro de Dennis Kneale “Elon Musk: Gênio ou Louco?” para ver as novidades que traz sobre esta figura intrigante. O livro, de qualquer forma, é uma leitura obrigatória para quem busca compreender as estratégias empregadas por uma das personalidades mais influentes da atualidade. É também um convite para ampliar os limites, idéias e ambições e refletir sobre até onde estamos dispostos a seguir nossas convicções e ideais.