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O alerta de anos virou realidade! Uma manifestação pacífica massiva está confirmada para esta terça-feira, 10 de junho de 2025, no trevo de Cujubim com a BR-364.
O motivo: os embargos e a criação de 11 reservas ambientais, assinados pelo ex-governador Confúcio Moura, que ameaçam tirar a terra de milhares de famílias e afetar diretamente cidades como Cujubim, Soldado da Borracha, Seringueiras, São Francisco, Buriti, Candeias, Rio Pardo, Nova Mamoré e até Porto Velho.
A notícia que circulou em grupos de WhatsApp com a imagem de convocação se tornou oficial. Com o título "MANIFESTAÇÃO PACÍFICA", a chamada para o protesto deixa claro o objetivo: mostrar a força do agronegócio rondoniense contra o que consideram "reservas criadas ilegalmente" e a "oposição à gestão do atual governo brasileiro". As hashtags #OAGRONÃOPARA e #SALVEMOAGRO mostram a união e a garra do setor.
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O Alerta que veio de longe: Sérgio Pires já avisava em sua coluna em 2022
Para quem acompanha o noticiário político de Rondônia, essa situação não é uma surpresa. O jornalista Sérgio Pires, em sua coluna "OPINIÃO DE PRIMEIRA", já alertava sobre o perigo desses decretos lá em 2022. Naquela época, ele já destacava o potencial de conflito e o impacto na vida de centenas de famílias. Veja o que ele escreveu:
Decretos de Confúcio que criaram 11 reservas podem desalojar milhares de famílias. Assembleia quer um ‘canetaço’ revogando-os 5 de junho de 2022
Sérgio Pires OPINIÃO DE PRIMEIRA – O assunto está pegando fogo e vai ferver ainda mais, nos próximos dias. Certamente uma guerra judicial será instalada, em relação aos decretos, assinados pelo governador Confúcio Moura, pouco antes de renunciar ao governo para concorrer ao Senado, criando, numa tacada só, nada menos do que mais onze áreas de reserva florestal em Rondônia. No dia anterior à assinatura dos decretos, a Assembleia Legislativa havia aprovado um projeto de lei proibindo a criação de novas áreas apenas por decreto, mas antes que a decisão do parlamento rondoniense fossem sancionada, Confúcio saiu à frente e oficializou o que já havia decidido. Agora, tanto a ALE, tendo a frente o presidente Alex Redano quanto vários deputados, estão pressionando o governador Marcos Rocha para revogar senão todos, ao menos aqueles decretos que atingiram centenas de famílias que já ocupavam e trabalharam em áreas há longos anos, alguns há décadas e que estão sendo expulsas, sem qualquer indenização.
O caso mais complexo é do área do Soldado da Borracha, onde os ocupantes têm toda a documentação não de posse, mas de propriedade. Outra situação que tem revoltado os moradores é da área da Reserva Rio Pardo, onde pelo menos 10 mil famílias estão prestes a serem defenestradas. Há sinalização de que poderão haver sérios confrontos, caso a situação continue sendo tratada sem qualquer respeito aos produtores que vivem há anos nestes locais.
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As análises iniciais sobre o protesto se mostraram totalmente corretas. A data, 10 de junho de 2025, o local, Trevo de Cujubim com a BR-364, e o motivo, os decretos de Confúcio Moura e as 11 reservas, bateram com o que era esperado. A organização, com material gráfico de primeira e hashtags coordenadas, mostra que não é uma ação isolada, mas um movimento articulado por associações e produtores rurais.
A escolha do trevo de Cujubim não foi por acaso. O local é estratégico, próximo à Reserva Soldado da Borracha, uma das mais impactadas, e é a principal via de escoamento do agronegócio em Rondônia. Parar ali significa ter máxima visibilidade e causar um impacto logístico significativo, no coração da região produtiva que mais sofre com essa situação.
O momento também é chave. Depois de uma mobilização forte na Rondônia Rural Show e com o governador Marcos Rocha sob pressão política, a manifestação vem antes de qualquer ação judicial mais contundente, em um período de alta tensão para o setor rural.

Onde está localizada da Esec Soldado da Borracha em Rondônia — Foto: WWF/Reprodução
As 11 Unidades de Conservação (UCs) criadas por Confúcio Moura em Rondônia foi para na jusiça. Na época, o desembargador Miguel Monico Neto, do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), pediu vista e suspendeu o julgamento que decidiria sobre a retomada dessas áreas.
Confúcio Moura assinou os decretos das UCs, que somam 537 mil hectares, pouco antes de deixar o governo para disputar o Senado. Contudo, deputados estaduais anularam os decretos e aprovaram uma PEC exigindo que novas áreas protegidas sejam aprovadas pela Assembleia.
O ex-governador, então, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no TJRO, argumentando que a Constituição Federal exige lei para alterar ou suprimir áreas protegidas, mas não para criá-las. No início do julgamento da ADI, o relator, desembargador Renato Martins Mimessi, votou contra a liminar, mantendo as UCs suspensas, enquanto o Ministério Público defendeu a liberação das áreas.

Julgamento de liminar para restabelecer a criação de 11 unidades de conservação em Rondônia.
Previsões se cumpriram: organização e impacto garantidos
As análises iniciais sobre o protesto se mostraram totalmente corretas. A data, 10 de junho de 2025, o local, Trevo de Cujubim com a BR-364, e o motivo, os decretos de Confúcio Moura e as 11 reservas, bateram com o que era esperado. A organização, com material gráfico de primeira e hashtags coordenadas, mostra que não é uma ação isolada, mas um movimento articulado por associações e produtores rurais.
A escolha do trevo de Cujubim não foi por acaso. O local é estratégico, próximo à Reserva Soldado da Borracha, uma das mais impactadas, e é a principal via de escoamento do agronegócio em Rondônia. Parar ali significa ter máxima visibilidade e causar um impacto logístico significativo, no coração da região produtiva que mais sofre com essa situação.
O momento também é chave. Depois de uma mobilização forte na Rondônia Rural Show e com o governador Marcos Rocha sob pressão política, a manifestação vem antes de qualquer ação judicial mais contundente, em um período de alta tensão para o setor rural.

Onde está localizada da Esec Soldado da Borracha em Rondônia — Foto: WWF/Reprodução
Foi parar na Justiça
As 11 Unidades de Conservação (UCs) criadas por Confúcio Moura em Rondônia foi para na jusiça. Na época, o desembargador Miguel Monico Neto, do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), pediu vista e suspendeu o julgamento que decidiria sobre a retomada dessas áreas.
Confúcio Moura assinou os decretos das UCs, que somam 537 mil hectares, pouco antes de deixar o governo para disputar o Senado. Contudo, deputados estaduais anularam os decretos e aprovaram uma PEC exigindo que novas áreas protegidas sejam aprovadas pela Assembleia.
O ex-governador, então, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no TJRO, argumentando que a Constituição Federal exige lei para alterar ou suprimir áreas protegidas, mas não para criá-las. No início do julgamento da ADI, o relator, desembargador Renato Martins Mimessi, votou contra a liminar, mantendo as UCs suspensas, enquanto o Ministério Público defendeu a liberação das áreas.

Julgamento de liminar para restabelecer a criação de 11 unidades de conservação em Rondônia.
Em 2022 o Governador Marcos Rocha assina decreto que anula criação da Estação Ecológica Soldado da Borracha. Alegando não ter dinheiro para indenização de 760 imóveis na região.
O Ministério Público de Rondônia correu atrás e obteve decisão por unanimidade no TJ, evitando o anulção. A Corte considerou inconstitucional tal decreto.
As unidades de conservação criadas por Confúcio:
- Área de Proteção Ambiental do Rio Pardo, no município de Porto Velho, com 113.850 hectares.
- Floresta Estadual do Rio Pardo, no município de Porto Velho, com 30.815 hectares
- Estação Ecológica Umirizal, no município de Porto Velho, com 59.897 hectares
- Reserva de Fauna Pau D’Óleo, no município de São Francisco do Guaporé, com 10.463 hectares
- Parque Estadual Abaitará, no município de Pimenta Bueno, com 152 hectares
- Parque Estadual Ilha das Flores, no município de Alta Floresta D’Oeste, com 89.617 hectares
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Machado, no município de Porto Velho, com 9.205 hectares
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Limoeiro, no município de São Francisco do Guaporé, com 18.837 hectares
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Serra Grande, no município de Costa Marques, com 23.180 hectares
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Bom Jardim, no município de Porto Velho, com 1.678 hectares
- Estação Ecológica Soldado da Borracha, nos municípios de Porto Velho e Cujubim, com 178.948 mil hectares

Parlamentares questionaram as assinaturas dos servidores públicos em documentos que autorizavam a criação dessas áreas de preservação.
Houve CPI da Assembleia Legislativa em 2024, que investigou a criação das reservas e contratos
A CPI da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) investigou a criação de 11 unidades de conservação (UCs) e contratos com empresas como a Permian Brasil.
Alguns dos Servidores da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) foram ouvidos.
A engenheira Sebastiana Socorro da Silva Almeida confirmou ter assinado documentos de criação de reservas sem visitá-las. Dalita da Silva Rover, também engenheira florestal, relatou levantamentos em algumas reservas, mas afirmou que sua assinatura em outros documentos era indevida.
O técnico Dárius Augusto Vaquer Araújo confirmou que ex-técnicos da Sedam foram trabalhar para a Permian Brasil, uma empresa de créditos de carbono. A bióloga Sílvia Gonçalves, favorável às UCs, não assinou um relatório por falta de participação nos estudos.
Quem está por trás e quem vai participar?
A mobilização para o protesto se deu, principalmente, via WhatsApp, em um grupo criado para espalhar as reclamações contra os embargos. Não há um líder único aparente; a organização parece ser coletiva, impulsionada por famílias afetadas e produtores rurais da região de Cujubim e do sul do estado.A expectativa é de uma adesão massiva, com a participação popular na área do protesto, trabalhadores do agronegócio e apoiadores políticos unindo forças.
Foto: Divulgação PRFRO
Cenários e riscos: pressão certa!
O cenário mais provável é de uma manifestação pacífica, mas com grande impacto. A presença de tratores e veículos rurais, discursos de lideranças e a pressão simbólica sobre as autoridades devem ser a tônica.
No entanto, há riscos. Com o bloqueio temporário da BR-364, pode gerar tensão com as forças de segurança e uma repercussão nacional do evento. Podendo até mesmo servir de gatilho para ações parecidas em outras regiões do país.
As consequências são claras: mais pressão sobre o governador Marcos Rocha, repercussão na mídia nacional, mobilização de outros grupos rurais e uma aceleração nas decisões judiciais sobre o tema.
Agora, o abacaxi aiu na mão do Governador Marcos Rocha e dos Deputados atuais!
Com a confirmação dessa manifestação, o problema que se arrasta desde os decretos de Confúcio Moura agora está diretamente nas mãos do Governador Marcos Rocha e dos Deputados Estaduais. A população de Rondônia, especialmente os produtores rurais das regiões afetadas pelos decretos, esperam uma solução para essa questão que tira o sono de milhares de famílias e ameaça a economia do estado.
Vídeo criado pela associação APRIA
Redação Diário O Norte
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