
Porto Velho, Rondônia – A redução de 45,7% nos casos de malária em Rondônia entre janeiro e abril de 2025, de 2.786 para 1.513 casos, é uma notícia animadora. Esses dados são acompanhados de perto e divulgados por fontes oficiais, como o Ministério da Saúde e a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa/RO), através do Sistema de Informação e Vigilância Epidemiológica – Malária (Sivep-Malária).
Essa diminuição é um reflexo direto de um trabalho conjunto, que ganhou um impulso significativo com o lançamento da Frente Parlamentar pela Eliminação da Malária na Amazônia (FPEMA). Lançada oficialmente em 17 de junho de 2025, em Brasília (DF), a FPEMA não é uma iniciativa exclusiva de Rondônia, mas um movimento nacional que tem o estado no centro das suas atenções, por ser uma das regiões mais endêmicas do Brasil.
A FPEMA tem como missão principal apoiar o Ministério da Saúde na criação de leis, na alocação de recursos e na regulamentação de ações voltadas para a eliminação da malária até 2035. O grupo parlamentar atua em cinco eixos estratégicos: vigilância em saúde, planejamento e captação de recursos, instrumentalização legal e política, pesquisa científica, e mudanças ambientais e climáticas. A ideia é que, por meio dessa articulação política, as ações de combate à malária se tornem mais efetivas e sustentáveis, transformando o plano de eliminação da doença em uma política de Estado.

Medicamento e insumos são distribuídos aos municípios pela Agevisa/RO
O que mais Rondônia tem feito pelo combate à Malária?
Além da atuação da FPEMA, Rondônia tem se destacado em outras frentes no combate à malária. Uma iniciativa de grande impacto é a implantação da tafenoquina, um medicamento inovador que reduz o tempo de tratamento da malária por Plasmodium vivax de sete para apenas três dias. Rondônia tem sido pioneira na adoção dessa droga, que oferece um tratamento mais rápido e eficaz, facilitando a adesão dos pacientes. Antes do uso da tafenoquina, é feito um teste simples e rápido de G6PD para garantir a segurança do paciente.
A capital, Porto Velho, e municípios como Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Candeias do Jamari têm sido prioritários na implementação dessa nova abordagem terapêutica, resultado de um estudo clínico iniciado em 2018.
Esses esforços, combinados com a vigilância constante, o diagnóstico oportuno e as ações de controle vetorial (como o uso de mosquiteiros e borrifação de inseticidas), mostram que Rondônia está no caminho certo para, junto com o restante do país, alcançar a meta ambiciosa de erradicar a malária.
Redação Diário O Norte