Com a previsão de 14 partidas nos próximos 45 dias, o Maracanã entra em um período de intensa utilização que pode comprometer diretamente suas condições estruturais. A maratona de jogos, que começou com o duelo entre Fluminense e Cruzeiro na quinta-feira (17 de julho), antecede um compromisso relevante: o confronto da Seleção Brasileira contra o Chile, marcado para o dia 4 de setembro, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Atualmente, nove confrontos já estão confirmados para o estádio, sendo cinco do Fluminense e quatro do Flamengo, distribuídos entre o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Libertadores e a Sul-Americana. A agenda, contudo, pode crescer ainda mais. A tabela do Brasileirão a partir da 16ª rodada ainda não foi detalhada, o que pode incluir outros jogos como mandantes para os clubes cariocas. Além disso, caso avancem às quartas de final da Copa do Brasil, é possível que Flamengo, Fluminense ou até mesmo o Vasco utilizem novamente o Maracanã como palco.

Bandeirinha de escanteio do Flamengo
Foto: Gávea News
Essa sequência acende um alerta quanto à qualidade do gramado. O estádio, alvo de críticas recorrentes, passou por duas trocas de grama desde o início de 2024, mas o uso frequente tende a reduzir rapidamente os efeitos das melhorias. Historicamente, a Confederação Brasileira de Futebol adota como critério para definir sedes da Seleção a qualidade do campo, exigindo, inclusive, a interrupção de partidas nos estádios escolhidos por pelo menos dez dias antes dos jogos da equipe nacional.
A decisão de levar a partida contra o Chile para o Maracanã partiu de um pedido do técnico Carlo Ancelotti. O desejo do comandante foi atendido pela CBF, mesmo com o risco do gramado estar desgastado. Afinal, a Seleção não atua no estádio desde março de 2022, quando venceu o mesmo Chile por 4 a 0 em partida válida pelas Eliminatórias da Copa anterior.
Paralelamente ao desgaste do campo, a iluminação do Maracanã também entrou em pauta após o retorno do estádio ao calendário brasileiro. Durante o duelo entre Fluminense e Cruzeiro, parte da arquibancada ficou visivelmente escurecida, gerando queixas entre os torcedores. A nova iluminação de LED, instalada após a disputa do Mundial de Clubes, substituiu refletores da reforma de 2013, mas ainda não contempla toda a estrutura.
A administração do estádio esclareceu que os refletores voltados para a arquibancada ainda são antigos e prometeu substituí-los em até 45 dias. Em nota, afirmou que "as luzes de plateia que iluminam a arquibancada ainda são antigas, desgastadas, têm vapor metálico. E serão substituídas por projetores em LED, fazendo com que a sensação atualmente percebida seja reduzida".
A concessionária, formada por Flamengo e Fluminense, detém os direitos sobre o estádio até 2044 e já sinalizou outras mudanças. Entre os planos, está a modernização de setores e a busca por ampliar receitas com patrocínios e eventos fora dos dias de jogos.
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