
Silvio Persivo
Na semana do Economista precisamos falar sobre um tema muito importante e atual: a necessidade de investir em cursos de economia modernos e na formação de economistas altamente qualificados. Em um cenário cada vez mais dominado por inteligência artificial e plataformas automatizadas, o fator humano continua sendo essencial para interpretar, orientar e tomar decisões estratégicas que moldam o nosso futuro econômico.
Embora as IAs sejam capazes de processar grandes volumes de dados, identificar padrões complexos e fazer previsões, elas são ferramentas que potencializam a atuação dos economistas, e não as substituem. A verdadeira expertise está na capacidade de interpretar cenários complexos, ponderar riscos subjetivos e adaptar estratégias às mudanças rápidas e imprevisíveis do mercado. É o conhecimento humano que garante respostas estratégicas coerentes, especialmente em momentos de alta volatilidade ou crises inesperadas.
No mercado financeiro, por exemplo, as habilidades analíticas dos economistas são indispensáveis para prever mudanças econômicas, orientar investimentos e gerenciar riscos. As máquinas podem identificar padrões, mas não compreendem nuances políticas, geopolíticas ou comportamentais, nem possuem a visão necessária para lidar com movimentos abruptos na conjuntura econômica.
Infelizmente, há uma preocupação real: a qualidade do ensino de economia no Brasil tem sofrido uma queda, não acompanhando as rápidas mudanças tecnológicas. Muitos formandos saem das universidades apenas com o título de bacharéis, sem entender profundamente como a economia funciona ou como usar indicadores para analisar cenários. Esta lacuna prejudica a atuação dos economistas, que muitas vezes se tornam apenas repetidores de ideias ideológicas ou informações superficiais, ao invés de profissionais capazes de oferecer análises críticas e fundamentadas.
Por isto, no momento da semana do Economista, é fundamental cobrar dos governos uma modernização dos cursos de economia, com atualização dos currículos e capacitação dos docentes para lidar com as novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial. Investir na formação de economistas qualificados é uma estratégia essencial para melhorar a qualidade de vida, promover o desenvolvimento e garantir que as decisões econômicas sejam mais precisas e eficazes.
O futuro da economia depende de uma formação moderna, atualizada e alinhada às novas demandas do mundo digital. Os economistas de hoje e de amanhã precisam estar preparados para usar a tecnologia a seu favor, mas sem perder de vista a importância do fator humano na construção de um cenário econômico mais justo, inteligente e sustentável.