Operação do MP-SP contra esquema de corrupção deflagrada nesta terça-feira, 12, também envolveu auditores fiscais tributários; entenda
Dinheiro vivo, joias, máquina de contar dinheiro: esses foram alguns dos objetos apreendidos com auditores fiscais tributários que foi alvo da Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta terça-feira, 12. Na ação, que teve como objetivo desarticular um esquema de corrupção, além de dois fiscais, foram presos o dono da Ultrafarma e o diretor estatutário da Fast Shop.
Os dois fiscais, do Departamento de Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda, não tiveram suas identidades reveladas. Mas, o que se sabe, conforme divulgado em coletiva de imprensa do MP-SP, é que, na casa de um deles, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão, duas sacolas de esmeraldas e uma máquina de contar dinheiro. Na casa do segundo também foi encontrado dinheiro em espécie.

Operação foi deflagrada nesta terça-feira, 12, pelo Ministério Público de São Paulo
Foto: Reprodução/MP-SP
De acordo com a investigação, o primeiro fiscal é apontado como o “cérebro” do esquema fraudulento. Era ele quem manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários a empresas. Em troca, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada no nome de sua mãe. Ao todo, ele já recebeu mais de R$ 1 bi em propina.
Já o segundo fiscal trabalhava auxiliando o primeiro. Seu mandado de prisão foi deferido pela Justiça após o início da Operação Ícaro, e foi cumprido em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Ao todo, além das prisões, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão. Até o momento, não foram divulgadas informações sobre possíveis apreensões em endereços do diretor estatutário da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, nem do dono da rede Ultrafarma, Sidney OIiveira.
Mais sobre a investigação
Segundo o MP-SP, a investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), que identificou um grupo criminoso responsável por favorecer empresas do setor de varejo em troca de vantagens indevidas.
"A operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça", informou o MP. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Foto: Giovanna Bronze/Redação Terra
Por meio de nota enviada ao Terra, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo informou que está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp).
A Secretaria também disse que acabou "de instaurar procedimento administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao Ministério Público do Estado de São Paulo o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso".
"A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema", informou.
Já a Fast Shop disse que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação e que está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes.
A reportagem também entrou em contato com a Ultrafarma, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto e será atualizado em caso de resposta.
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/dinheiro-em-especie-esmeraldas-e-mais-saiba-o-que-foi-apreendido-na-acao-que-prendeu-dono-da-ultrafarma,ef75f74c09ad0a854c662fd34f5d5a55qrrun9dx.html?utm_source=clipboard