Porto Velho, RO - A capital de Rondônia, Porto Velho, continua a enfrentar desafios significativos no que tange ao saneamento básico, conforme revelado pela 17ª edição do Ranking do Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil (ITB) em parceria com a GO Associados. O estudo, que analisou as 100 maiores cidades do país com base em dados de 2023 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), posiciona Porto Velho como a segunda pior capital do Brasil em saneamento básico.
Historicamente, Porto Velho tem figurado entre as últimas colocações do ranking nos últimos dez anos, evidenciando uma persistente deficiência na universalização dos serviços essenciais. Os indicadores mais recentes apontam que apenas 12,18% do esgoto gerado na cidade é tratado, e as perdas na distribuição de água atingem 38,56%. O investimento anual médio por habitante, no período de 2019 a 2023, foi de R$ 111,55, um valor considerado insuficiente para reverter o cenário.
Avanços e investimentos recentes
Apesar do quadro desafiador, o Governo de Rondônia tem intensificado os esforços para melhorar a infraestrutura de saneamento. Recentemente, foram anunciados investimentos significativos, totalizando mais de R$ 574 milhões em obras de saneamento básico em todo o estado. Especificamente em Porto Velho, os investimentos ultrapassam R$ 248 milhões.
Essas obras incluem a ampliação da rede de água tratada e a implantação de sistemas de esgoto, com a construção de estações de tratamento, reservatórios, redes de distribuição e ligações domiciliares. O governo estadual ressalta que os dados do Ranking do Trata Brasil, baseados em informações de 2023, não refletem os avanços e investimentos estruturantes que estão em andamento.


O novo PAC e a concessão dos serviços
O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) também tem um papel crucial nesse cenário. Rondônia garantiu novos projetos no programa, com destaque para investimentos em distritos como Calama e Extrema, que receberão mais de R$ 12 milhões. Além disso, o estado busca viabilizar a concessão dos serviços de saneamento à iniciativa privada em outras regiões.
Em Porto Velho, o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) já está aprovado e em vigor, estabelecendo diretrizes para os próximos 20 anos. A meta ambiciosa é levar água tratada e esgotamento sanitário a 95% da população até 2033, em conformidade com o Novo Marco Legal do Saneamento. A prefeitura tem avançado no processo de concessão dos serviços de água e esgoto, com a abertura de consulta pública em março de 2025 e a expectativa de publicação do edital e leilão ainda em 2025. A concretização dessa parceria com a iniciativa privada é vista como fundamental para a execução das grandes obras e a universalização dos serviços.
Perspectivas futuras
Embora o caminho para a universalização do saneamento em Porto Velho seja longo e exija investimentos contínuos e gestão eficiente, os recentes aportes financeiros e o avanço no processo de concessão indicam uma nova perspectiva. A expectativa é que, com a efetivação dessas ações, a capital rondoniense possa, finalmente, sair das últimas posições do ranking e garantir uma melhor qualidade de vida para seus moradores.
Cidades brasileiras que tratam 100% do esgoto
Dos 100 maiores municípios brasileiros, apenas oito tratam 100% do esgoto. O levantamento do Ranking do Saneamento 2025 do Instituto Trata Brasil aponta que o tratamento de esgoto é o principal desafio para a universalização do saneamento no país.
Veja a lista:
Niterói (RJ)
Jundiaí (SP)
Maringá (PR)
Cascavel (PR)
Piracicaba (SP)
Petrópolis (RJ)
Boa Vista (RR)
Salvador (BA)
Redação Diário O Norte