A atriz reflete sobre o momento em que a fama a sobrecarregou: "Eu estava realmente em apuros"
Durante um evento especial de exibição de Garota Infernal (2009) em Los Angeles, Megan Fox abriu o jogo sobre os bastidores da produção e os efeitos da fama precoce em sua vida.

Atriz revela como interpretar Jennifer Check foi catarse emocional em meio à pressão dos paparazzi e da fama precoce em Hollywood
Foto: Mike Coppola/Getty Images / Rolling Stone Brasil
Em entrevista para a People, Fox revelou que na época das filmagens sentia-se "perdida" e cheia de ira, ressentida com a forma como era tratada pela mídia e pelos paparazzi. "Eu sentia que estava sendo perseguida naquela época da minha carreira e estava lutando muito com a fama", disse ela, fazendo referência direta ao período que antecedeu o início das filmagens.
A personagem Jennifer Check, estudante de ensino médio que se transforma em monstro, foi para Fox mais do que um papel de terror — foi um espelho de seus conflitos internos. Ela conta que "havia esse lado de mim que era realmente descontrolado, que eu nem sabia como expressar", e que interpretar Jennifer permitiu canalizar essa energia reprimida.
Durante a estreia do filme, ela relembra ter sido alvo de comentários implacáveis dos fotógrafos:
"Eu saí apenas tentando chegar ao meu carro... um cara falou tipo, 'Megan, por que você é tão vadia?'... Eu estava apenas tentando fazer meu trabalho."
Essa hostilidade a abalou profundamente. Para Fox, o set de Garota Infernal tornou-se um espaço onde podia "ser permitida" — ou obrigada — a liberar emoções que, fora da câmera, restavam contidas.
Embora Garota Infernal tenha sido inicialmente recebido de forma mista, o filme adquiriu status cult. Fox reconheceu o valor desse tempo difícil na sua trajetória de artista. "Aquilo foi muito curativo para mim... porque eu estava realmente lutando naquela época", afirmou.
Hoje, Megan Fox destaca uma nova postura diante da fama e do trabalho: mais seletiva, com foco em projetos que ressoam com sua experiência e identidade, e mais consciente do impacto emocional que o estrelato precoce teve sobre ela.
O contexto da fama, o trauma e o cinema de horror
A reflexão de Megan Fox revela não apenas os traços de uma carreira moldada pelo estrelato imediato, com o sucesso de Transformers (2007), mas também os mecanismos pelos quais produções pop podem servir como cenário de catarse artística. Em Garota Infernal, ao encarnar uma figura horrenda e poderosa ao mesmo tempo, Fox encontrou um canal para a sua própria raiva e confusão.
O comentário da atriz sobre sentir-se "perseguida" não é apenas dramatização, remete a um sistema de circulação de imagem e poder que, segundo ela, funcionava como uma armadilha. "Os paparazzi eram tão cruéis naquela época", disse Fox. Esse cenário de pressão extrema também revela por que ela considera aquele filme terapêutico: "um lugar para colocar qualidades de mim que não podia expressar todo dia".
À medida que a carreira de Fox avança, o legado de Garota Infernal e a sua versão de si mesma parecem refletir uma espécie de virada. O horror adolescente que o filme representa converteu-se em metáfora da própria crise pessoal: fama, imagem, violência e redenção. Hoje, ao revisitar esse período, a atriz demonstra que mais importante que o ingresso na fama foi o processo de sair dali inteira.
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