O governador Cláudio Castro lançou, no Palácio Guanabara, a Operação Barricada Zero, ação integrada com prefeituras da Região Metropolitana do Rio para remover bloqueios instalados por facções criminosas, recuperar vias e garantir a circulação da população em comunidades fluminenses
O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou a Operação Barricada Zero, uma força-tarefa voltada para a remoção de bloqueios montados por facções criminosas em comunidades da Região Metropolitana. A ação foi apresentada nesta segunda-feira (17/10), no Palácio Guanabara, em encontro que reuniu prefeitos, lideranças policiais e parlamentares.
A proposta é integrar forças de segurança, órgãos estaduais e prefeituras para retirar obstáculos, recuperar vias e tentar garantir a circulação segura de quem vive em áreas dominadas por barricadas. Segundo o governo, a operação terá caráter contínuo e pretende reforçar a presença do Estado em territórios marcados por bloqueios de grupos armados.
“O Governo do Estado tem todas as condições de vencer batalhas, mas a guerra só será vencida com todos juntos. As barricadas representam mais que obstáculos físicos, elas são formas de controle que essas organizações narcoterroristas fazem da sociedade e da comunidade local. Nosso objetivo é romper essas barreiras, reabrir vias, restabelecer serviços públicos e o direito de ir e vir das populações. Onde há bloqueio e medo, o Estado, com certeza, tem que chegar”, afirmou o governador Cláudio Castro durante o anúncio.
O governador também anunciou um sistema de bonificação para policiais civis e militares que atuarem na retirada das barricadas e na prevenção do retorno dessas estruturas aos territórios.
A operação vai envolver as secretarias de Polícia Militar, Polícia Civil, Infraestrutura e Obras Públicas, Cidades, Habitação e Interesse Social, além da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), do Instituto de Segurança Pública (ISP) e das prefeituras. A coordenação geral ficará a cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O plano prevê limpeza, retirada de entulho, recuperação de vias e reorganização urbana após a quebra das barreiras. A ideia é que, após a ação policial, as prefeituras entrem com maquinário para remover carros, pedaços de ferro, cimento e outros materiais usados como bloqueio. Valas abertas por criminosos também deverão ser aterradas com concreto logo após a entrada das equipes.
Caberá ao Governo do Estado fornecer kits de demolição e corte aos municípios, usando inclusive maquinários contratados por diferentes secretarias. “A ideia é que a gente consiga restituir e também restabelecer, de uma vez só, a mobilidade urbana. Os kits são compostos com ferramentas de alto desempenho e utilizados para a remoção de barreiras e estruturas irregulares. Serão rompedores hidráulicos, retroescavadeiras, caminhões basculantes e também alguns itens como motosserra e outros específicos a serem definidos por região”, detalhou Cláudio Castro.
O planejamento da Operação Barricada Zero será guiado por diagnósticos técnicos produzidos a partir de ferramentas de inteligência do ISP, que mapeou 13.604 pontos de bloqueio em diferentes áreas do estado. Esses obstáculos vão de lixeiras, entulhos e caçambas até estruturas mais complexas, pensadas para impedir o acesso das forças de segurança. Com o início das ações, os dados serão atualizados em tempo real por Polícia Civil e Polícia Militar, o que, segundo o governo, deve ampliar a precisão do mapeamento.
A operação contará com 50 kits de demolição, cada um com retroescavadeira, rompedor hidráulico e caminhão, operados por equipes das secretarias de Infraestrutura e Obras Públicas, Cidades, Habitação e da Emop, com apoio direto das prefeituras.
O cronograma inicial atinge 12 municípios da Região Metropolitana, incluindo a capital Rio de Janeiro e as cidades de Belford Roxo, Japeri, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Itaboraí, Duque de Caxias, Queimados, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita e Maricá, onde a retirada de barricadas e a recuperação das vias deverão ocorrer em etapas, conforme o planejamento conjunto entre Estado e prefeituras.
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