Segundo Washington, drone realizava operação de rotina quando foi atingido por aeronave. Rússia afirma que equipamento norte-americano caiu na água após manobras descontroladas.
Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira (14) que um drone militar "Reaper" norte-americano caiu no Mar Negro após bater na hélice de um caça Su-27 da Rússia. Moscou negou a colisão e disse que o equipamento caiu na água após realizar movimentos bruscos.
Onde foi o incidente?
O drone caiu no Mar Negro, que fica entre a Ucrânia, Rússia e Turquia. A queda ocorreu perto da costa da Crimeia, região ucraniana anexada pelos russos em 2014.
O que derrubou o drone dos EUA?
Versão dos EUA: uma colisão entre a hélice do equipamento norte-americano e um caça russo;
Versão da Rússia: manobras bruscas do próprio drone que levaram à perda de altitude e queda do equipamento.
Como foi o incidente?
Versão dos EUA: dois jatos russos teriam despejado combustível no drone e voado na frente do equipamento. Após uma colisão com a hélice, os militares norte-americanos teriam sido obrigados a derrubar o drone;
Versão da Rússia: após a detecção do drone próximo ao espaço aéreo do país, os caças russos teriam levantado voo para averiguar a situação. O equipamento dos EUA teria feito manobras bruscas, perdido altitude e caído no mar.
Por que o drone foi derrubado?
Versão dos EUA: caças russos teriam interceptado o drone enquanto ele fazia operações de rotina na região do Mar Negro, próximo à Ucrânia;
Versão da Rússia: o drone não teria sido derrubado, mas perdido o controle e caído sozinho. Segundo a TASS, agência de notícias russa, não houve uso de armas ou contato físico com o equipamento dos EUA.
Que tipo de drone foi derrubado?
O MQ-9 Reaper é um drone de vigilância norte-americano. Geralmente usado como ferramenta de apoio em missões, também pode ser equipado com mísseis e atingir alvos com precisão.
Os EUA conseguiram recuperar o drone?
O Pentágono se recusou a dizer se tentaria recuperar os destroços do MQ-9, mas disse que os russos também não recuperaram a aeronave. Não há navios americanos no Mar Negro.
O que o drone fazia sobre o Mar Negro?
A aeronave provavelmente estava envolvida na coleta de inteligência dos EUA relacionada à guerra na Ucrânia. Os Estados Unidos têm rotineiramente voado aeronaves de vigilância dentro e ao redor da área.
"Temos sobrevoado esse espaço aéreo consistentemente agora por um ano... e vamos continuar a fazer isso", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
O que disseram os Estados Unidos?
As autoridades norte-americanas chamaram a atitude da Rússia de imprudente e pouco profissional e disseram que a ação também colocou os jatos russos em risco.
Quanto à presença norte-americana na região, a Força Aérea disse que estava conduzindo uma operação de rotina em espaço aéreo internacional.
"Não precisamos fazer nenhum tipo de check-in com os russos antes de voar no espaço aéreo internacional", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O que disse a Rússia?
Os russos disseram que o drone dos EUA estava sobrevoando o Mar Negro perto da Crimeia e invadiu uma área declarada proibida pela Rússia. De acordo com Moscou, a região integra é afetada pelo que chama de “operação militar especial” na Ucrânia, e isso fez com que os militares enviassem caças para interceptar isto.
“Como resultado de uma manobra brusca, o drone MQ-9 entrou em voo descontrolado com perda de altitude e caiu na água”, disseram as autoridades em comunicado. “Os caças russos não usaram suas armas ou impactaram o veículo aéreo não tripulado, e eles retornaram em segurança à sua base.”
Como ficou a tensão entre Rússia e os EUA?
Os Estados Unidos convocaram o embaixador da Rússia em Washington para prestar esclarecimentos ainda nesta terça-feira, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, que chamou o incidente de uma "violação descarada do direito internacional".
Anatoly Antonov, embaixador russo nos Estados Unidos, disse que sua reunião no Departamento de Estado foi "construtiva" e a questão das possíveis "consequências" para Moscou sobre o incidente não foi levantada, conforme informou a RIA.
"Quanto a nós, não queremos nenhum confronto entre os Estados Unidos e a Rússia. Somos a favor da construção de relações pragmáticas para o benefício dos povos russo e americano", disse Antonov.
Fonte: G1

