
Eu também virei. "Sou reacionário. Minha reação é contra tudo que não presta" (Nelson Rodrigues).
COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DO SENADO VAI DISCUTIR CONCESSÃO DA BR-364
Está prevista para esta terça-feira (25), na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado, uma audiência pública para debater a concessão da BR-364 em Rondônia. O debate é um pedido do presidente do colegiado, senador Marcos Rogério. Para a audiência, estão convidados: o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Fabrício de Oliveira Galvão; o diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Rodrigues Sampaio; o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO), Edison Rígoli; e o consultor da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Thiago Bras Rocha. Diz o senador Marcos Rogério, o obvio, que a BR-364 é estratégica para Rondônia, pois atravessa o estado, ligando a capital, Porto Velho, ao restante do país e que as autoridades alertam que o agronegócio de Rondônia será gravemente afetado nos próximos trinta anos devido aos altos custos e ao baixo volume de obras previstos na concessão da BR-364. Mas, por que não se manifestaram antes e deixaram este leilão ser feito de afogadilho? Claramente a concessão da BR-364 não atendia aos interesses do nosso estado, do Acre e do Amazonas, o silêncio sobre a questão somente mostra a mais completa omissão de nossas autoridades sobre uma questão que afeta toda sua população e o futuro de quatro estados, embora o que vai ocorrer é que grande parte do escoamento da soja vá deixar de ocorrer por Rondônia com o aumento dos custos do frete.
O GOVERNO FEDERAL DEVE INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA À AMAZÔNIA OCIDENTAL
Ainda sobre a questão de infraestrutura é absurdo que a Amazônia Ocidental venha a ter sua principal via (e única) de ligação com o país como primeira concessão a ser feita quando, pelo déficit histórico de investimentos em infraestrutura da região, deveria ser prioritária nos investimentos públicos. A concessão se justifica em áreas mais desenvolvidas e com um poder aquisitivo maior. Numa área em desenvolvimento, como são as nossas e com as distâncias amazônicas, a aplicação da concessão é um peso de fato. E nem se precisa ser economista para perceber que vai encarecer todos os produtos e toda a cadeia de produção. Discursos que não consideram isto são somente os discursos engajados, os dos interessados no negócio (de pai para filho, pois os investimentos serão financiados com pedágios e dinheiro do BNDES) ou de participantes do governo, que tem obrigação de defender seus salários. Dizer que a melhoria da estrada vai compensar os custos para a população é uma bela nuvem de fumaça, mas se, e quando, o pedágio começar a funcionar a dor no bolso será inevitável.
E A FERROVIA POR QUE NÃO?
Ainda sobre a questão de infraestrutura se o governo pretendia fazer o melhor pela região, no mínimo, teria que ter optado por uma ferrovia. Inclusive com financiamento privado. Aliás, faz mais de dez anos que a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO reclama pela Ferrovia da Soja, entre Porto Velho e Sapezal, porém, ultimamente, em Vilhena surgiu a ideia da Fórum Pró-Ferrovia Maferron, que é o projeto de um trem elétrico de passageiros moderno e de cargas, que percorreria os 770 km entre os principais municípios do estado, com vagões tecnológicos, mais conforto e expansão já prevista, o que ampliaria as opções de mobilidade e os serviços e atividades na via ferroviária, ligando o Estado de Rondônia. Entre outros benefícios, a diminuição dos impactos ambientais mitigados e avanços sociais, econômicos, e, mais qualidade de vida, menores preços do frete, menor custos dos alimentos, com melhor IDH da população, sendo alcançados. Um dos maiores impactos positivos do novo modal ferroviário, sem dúvida, a redução do tráfego rodoviário pesado de carretas na rodovia BR 364 em . Com a entrada em operação da Ferrovia, estima-se que irá melhorar as condições climáticas na região. Com a redução de 1,4 mil toneladas de emissão de CO2 por Km de linha férrea por ano, de acordo com estimativas e estudos prévios. E não faltam interessados na proposta que tem esbarrado mesmo é no desinteresse federal.
SETOR PRIVADO SE MOBILIZA POR INVESTIMENTOS EM INFRAESTUTURA
Nesta segunda-feira (24) também a FENACOM- Federação Nacional dos Comunicadores realiza uma reunião presencial, as 16h, na sede da Federação do Comércio de Rondônia para avaliar, discutir e colaborar na elaboração de uma carta para a Comissão de Infraestrutura, do Senado Federal, na pessoa do Presidente Senador Marcos Rogério, sobre os temas do Leilão da BR-364, da BR-319, da Hidrovia do Rio Madeira, da Hidrovia de Pimenteiras a Guajará Mirim e da Hidrovia de Machadinho do Oeste, através do Rio Machado. O propósito é unir as entidades organizadas do estado de Rondônia e para ter uma maior representatividade e cobrar do poder público a atenção que o nosso Estado merece em termos de investimentos em infraestrutura. O presidente da FENACOM, Fabio Camilo e o seu diretor institucional, Francisco Iananes Holanda são os organizadores do evento.
A EXPECTATIVA DE UMA INFLAÇÃO ELEVADA AUMENTA A TAXA SELIC
Na semana passada, na última reunião do Copom, no segundo encontro de 2025, a Selic, a taxa básica da economia brasileira, foi elevada em um ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano. Este é o patamar mais elevado da taxa desde 2016 e já era esperado pelo mercado em razão do descontrole das contas públicas e do IPCA de fevereiro ter tido uma alta de 1,31% dos preços. O mercado espera, para a próxima reunião, em maio, um aumento de meio ponto percentual, levando a taxa para 14,75%. Para o fim do ano as previsões apontam uma taxa de 15,0% em virtude da desancoragem das expectativas de inflação, ou seja, as expectativas dos agentes se situam acima da meta de inflação. Segundo o último Boletim Focus, os agentes esperam uma inflação de 5,7% em 2025 e 4,5% em 2026. O centro da meta para os dois anos é de 3,0% em cada e o topo da meta é de 4,5%.