
Silvio Persivo
Hoje em dia, com a sensação existente de que a inflação está corroendo o poder aquisitivo do brasileiro, há pesquisas que demonstram 48% dos consumidores nas suas decisões de compras levam em conta os preços, ou seja, as condições econômicas, em especial para as classes de menor renda, o consumidor opta pelo preço em detrimento da qualidade, daí a substituição de muitas marcas. Também, e isto provém dos problemas da pandemia de covid19, o uso da internet, inclusive na pesquisa de preços, se tornou uma realidade tanto que as empresas mais inovadoras estão usando todos os canais disponíveis para realizar suas vendas. E se constata que o varejo conseguiu reagir muito bem as expectativas de múltiplos canais e omnicanalidade. De qualquer forma no varejo, seja digital ou físico, cada vez mais é necessário o conhecimento do consumidor para que a experiência do cliente seja boa. E este é o grande desafio do varejo, em especial dos micros e pequenas empresas, que precisam entender e atender as expectativas de consumidores que estão, cada vez mais, se informando e se tornando mais exigentes. Não existe alternativa: é atender bem ou estacionar e, com o tempo, falir. A preocupação de qualquer gestor de negócios do varejo não pode deixar de passar por duas vertentes: o bom atendimento e a fidelização de sua clientela. Isto exige que se tenha disposição, agilidade e uso de tecnologias para conhecer o seu cliente, que está mais dinâmico e sensível às mudanças, de modo que isto reforça a necessidade de uma maior conexão com o cliente. É preciso sim usar o notebook, o computador, as modernas técnicas de acompanhamento do negócio, mas o empreendedor que não conversa com o seu cliente, sem dúvida, está perdendo boas oportunidades. A preocupação com o comportamento do consumidor é tão grande que a WGSN Brasil, especializada em previsão de tendências, até já projetou quatro perfis para o comportamento do consumidor em 2026. De acordo com a classificação os consumidores são: 1) Imparciais, os que priorizam os fatos; compram mais de quem aposta na transparência e em processos diretos e eficientes; 2) Esperançosos, os que tentam ter um estilo de vida mais simples, que buscam serviços e bens que tragam mais leveza e contribuam para uma vida autêntica e significativa; 3) Autônomos, os que são independentes, determinados e seguem seus próprios caminhos e tendem a desafiar as normas estabelecidas se engajando em causas de resistência; e 4) Sinérgicos, os que pretendem construir um mundo mais inclusivo e equilibrado, acreditam em mudanças positivas e na harmonia entre o ser humano e a tecnologia. Como um exercício de classificação, que leva em conta muitos dados, não se pode deixar apontar que essas previsões podem ser muito úteis, porém, a realidade de cada negócio é muito diferente e muito dependente de onde se atua, daí que a identificação do consumidor e do que quer não pode deixar de ser um dever de casa de cada gestor de negócios. Embora as classificações possam ser úteis não existe uma resposta pronta para o que o consumidor quer, mas, com certeza, saber identificar o que ele quer, nos tempos atuais, é a diferença entre ter, ou não, sucesso nos negócios.