O Impacto Negativo da Instabilidade Jurídica no Crescimento Econômico Brasileiro
maio 23, 2025
Silvio Persivo
No cenário atual, fica cada vez mais evidente que muitas autoridades e políticos parecem não entender o que realmente significa ter um negócio ou investir de forma segura e previsível. A ausência de estabilidade jurídica e a constante mudança de regras representam o maior dano que o ambiente de negócios pode sofrer. Mais do que altos custos ou burocracia excessiva, a maior ameaça ao crescimento econômico do Brasil é a insegurança jurídica que permeia o sistema regulatório.
A imprevisibilidade das ações do governo, exemplificada recentemente pela mudança na cobrança do IOF, reforça esta triste realidade. Alterações na alíquota, que antes era de 0,38% para investimentos, passaram para 1,1%, enquanto remessas sem destinação específica saltaram de 1,1% para 3,5%. Estas mudanças não afetam apenas o custo imediato, mas criam um ambiente de incerteza que desestimula investimentos de longo prazo e prejudica a confiança do investidor brasileiro.
Países como os Estados Unidos oferecem segurança jurídica e estabilidade normativa, permitindo que investidores planejem suas estratégias com clareza, o Brasil permanece refém de decisões pontuais, muitas vezes motivadas por interesses políticos de curto prazo. Esta instabilidade fragiliza o ambiente de negócios, desincentiva a diversificação internacional e penaliza quem busca proteger seu patrimônio e expandir suas oportunidades além das fronteiras nacionais.
Investidores, especialmente, que buscam proteção contra riscos locais, encontram dificuldades crescentes devido às mudanças regulatórias. A preocupação de que fundos com exposição internacional, como multimercados com hedge cambial, fossem obrigados a pagar impostos a cada movimentação, exemplifica o quanto o cenário é hostil à liberdade de atuação. Embora esta ameaça tenha sido neutralizada, o alerta permanece: o ambiente regulatório brasileiro ainda é marcado por insegurança, dificultando a internacionalização e o planejamento de longo prazo.
O que fica claro é que o governo e a classe política parecem não valorizar quem realmente gera riqueza e empregos no país. A falta de uma política consistente de estabilidade jurídica não só prejudica os negócios existentes, mas também afasta novos investimentos, impede o crescimento sustentável e compromete o futuro econômico do Brasil.
Se quisermos avançar, é imprescindível que as autoridades compreendam que a previsibilidade e a segurança jurídica são pilares essenciais para o desenvolvimento econômico. Sem isto, o Brasil continuará a perder terreno para países que oferecem um ambiente mais confiável para investidores e empresários. Chegou a hora de priorizar a estabilidade e criar um ambiente de negócios que realmente incentive o crescimento e a geração de empregos. Não é possível que nosso futuro fique à mercê de decisões apressadas e que somente visam resolver problemas pontuais. É preciso, urge, mudar a forma da política econômica brasileira.