
Vai brigar com eles, vai. “Deus criou a guerra para que os americanos aprendessem a geografia” (Mark Twain).
VAI EXPLODIR POR AQUI E ALHURES
Os Estados Unidos possuem um papel importante na exportação de Rondônia sendo um dos principais mercados de destino das suas exportações. Esta participação inclui principalmente produtos como soja, carne bovina, madeira e outros commodities agrícolas e madeireiros. Assim o tarifaço determinado por Trump, com certeza, vai causar problemas por aqui dado o significativo volume de produtos de exportação que tem sua origem em nosso estado. Um sintoma disto é que, em especial, no Cone Sul, especializados em carne bovina, calculam que a tonelada de carne deve ter um aumento do preço médio de US$ 5.732 dólares para cerca de US$ 8.600 dólares tornando a exportação de carne inviável para o mercado americano. O receio inclusive é que a diminuição dos abates possa impactar também em outros mercados, como o do Oriente Médio e o chinês. Se chega até aqui imagine, então, o que não acontecerá em outras regiões. Não se pode escamotear o fato de que, hoje os EUA são o segundo maior mercado individual do Brasil (as exportações brasileiras haviam crescido 9,4% em 2024), atrás apenas da China. A perda de competitividade no mercado norte-americano obriga o Brasil a ter que redirecionar parte de sua oferta a outros destinos globais, o que não ocorre sem custos nem desafios logísticos, especialmente considerando os volumes envolvidos. Esta reorganização tende também a gerar repercussões para países terceiros, afetando volumes, preços, contratos e a estabilidade das cadeias produtivas agroindustriais em escala global.
KPMG & RGC EXPERIENCE 2025 ACONTECE EM MANAUS
Com o tema "ZFM em foco: Desafios e Oportunidades conectados ao novo contexto da DUIMP e da Reforma Tributária" será realizado, em Manaus, um importante evento focado no comércio exterior e na Zona Franca de Manaus (ZFM). O “KPMG & RGC Experience 2025”, uma iniciativa da KPMG e da RGC Consultoria em parceria com o SINDAAM (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Manaus), acontece no dia 16 de julho, das 9h às 15h, no Auditório do SENAI. As inscrições são gratuitas e limitadas e podem ser realizadas pelo link: https://landingpages.rgc.com.br/kpmg-e-rgc-experience-manaus/. A pretensão é de reunir especialistas e líderes do setor em painéis e palestras que discutirão as transformações em curso. Segundo Kleber Martins, head de Desenvolvimento de Negócios da RGC Consultoria, "A ZFM, um pilar econômico com faturamento industrial superior a R$ 150 bilhões, enfrenta um momento crucial. Diante das recentes mudanças legislativas, a adequação das empresas é essencial para manter a fluidez das operações”. Assim o KPMG & RGC Experience se destaca por oferecer um espaço para debater o novo cenário e garantir que o polo continue prosperando e sendo um centro de inovação no país.
É BRINCADEIRA DE MAU GOSTO
É legitimo se discutir ideia, mas no centro desta queda de braço sobre o aumento da IOF o que não é correto, como está sendo feito, é divulgar que o IOF somente tem impacto contra os ricos quando, como é um imposto em cascata, que está embutido no preço de tudo: do pão ao remédio, pesando invisível no orçamento de quem menos pode pagar, de fato, impacta mais sobre os pobres que os ricos. Vender o IOF como “justiça tributária” aumentando um imposto que impacta em toda a cadeia produtiva é uma brincadeira de mau gosto. E não é aceitável por falta de qualquer sustentação em argumento econômico.
O PESO DO TARIFAÇO DE 50% SERÁ PAGO PELAS EMPRESAS E PELO POVO BRASILEIRO
A aplicação de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros vendidos ao país norte-americano cai como uma bomba por seu imenso potencial de impacto sobre a renda brasileira. É preciso observar que, em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para os EUA, cerca de 12% do total exportado, e de itens importantes como petróleo e derivados. O anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), deve, se posta em prática, causar uma desaceleração econômica sem precedentes na economia brasileira, de vez que os efeitos indiretos da medida logo se farão sentir na queda de poder aquisitivo de grande parte da população. Tendo em vista que os EUA são grandes compradores de produtos industrializados, que criam mais empregos, o impacto será muito mais sensível do que pode parecer à primeira vista. Não importa que o Brasil tenha déficit com os EUA, mas sim que, por sua grandeza, os impactos serão muito maiores na economia brasileira e tecnicidades não importam quando, como agora, a reversão depende de condições expostas que, pelo andar da carruagem, o governo brasileiro está longe de aceitar. O governo deseja colocar a questão como de soberania nacional, mas a tese será difícil de emplacar quando os efeitos se fizerem sentir. As sanções são pesadas. Não importa o que o governo diga, pois quando o bolso doer a culpa (e a necessidade de resolver) será dele. E nem pensem que o tarifaço de 50% anunciado por Trump vai devastar apenas a indústria. O agronegócio será o primeiro a pagar a conta junto, como sempre, conosco que teremos ainda mais inflação, desemprego e comidas mais caras na mesa.
ESTRAGO AINDA PODE SER MAIOR
E persiste na mesa um risco ainda maior se o usarem a reciprocidade. Caso o Brasil decida revidar com tarifas próprias, abre-se uma janela para a escalada do conflito comercial- e o que hoje é percebido como uma tempestade contornável pode se transformar num furacão com consequências terríveis para os ativos brasileiros. Por agora, aparentemente o Planalto resistiu à tentativa de devolver na mesma moeda, o que será o pior dos mundos. Ainda mais que o cenário global continua muito conturbado, pois Trump decidiu mirar também no Canadá, impondo uma tarifa de 35% sobre produtos do vizinho do norte, e deve anunciar ainda novas tarifas direcionadas à União Europeia. O mar não está nada bom para os peixes pequenos.