Porto Velho, RO - O influente setor do agronegócio no Brasil está em fase final de elaboração de um documento que será a voz oficial da produção rural na COP30, a Conferência do Clima da ONU que acontece em Belém, no Pará, em novembro de 2025. O objetivo é claro: posicionar o agro como parte essencial da solução para as mudanças climáticas e garantir o acesso a financiamentos e mercados.
A informação foi confirmada pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e por outras lideranças, destacando que a carta será formalizada em um evento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no próximo dia 28 de outubro.
O documento não será apenas um manifesto, mas uma plataforma de defesa da agricultura tropical, focada em três pilares que o setor considera cruciais para o futuro do clima global e da economia brasileira.
Os três pilares da estratégia do agro
A carta busca reverter a narrativa internacional que frequentemente associa o agro aos problemas ambientais, dando destaque às práticas sustentáveis. Estes são os eixos principais:
- Recuperação de Pastagens Degradadas: O agronegócio vai apresentar a recuperação de áreas já abertas como uma política ambiental de grande impacto e uma oportunidade de negócio. A ideia é mostrar que o Brasil pode aumentar a produtividade sem precisar desmatar novas áreas, usando tecnologia e investimento para recuperar terras que hoje estão improdutivas.
- Regulamentação do Crédito de Carbono: O setor exige regras claras e internacionais para o mercado de carbono. O objetivo é que os produtores rurais que adotam práticas sustentáveis, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta, possam ser devidamente remunerados por capturar carbono em suas fazendas.
- Expansão dos Biocombustíveis: A pauta também dará ênfase à produção de biocombustíveis (etanol e biodiesel). O agronegócio quer o reconhecimento do papel do Brasil na transição energética, citando a participação do país na aliança global de biocombustíveis, que inclui nações como Índia e Estados Unidos.
Além disso, a carta deve ressaltar o compromisso do setor com o Código Florestal Brasileiro, uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo.
A voz plural do campo na COP30
O posicionamento da FPA se junta a outras iniciativas do setor rural, mostrando que a agenda climática mobiliza diversas frentes:
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) também defendeu em seu próprio documento que os produtores rurais da Amazônia devem estar no centro das discussões sobre financiamento climático. A entidade argumenta que a agricultura tropical é a solução mais eficaz em termos de custo para mitigar a crise do clima.
Para garantir que essa mensagem chegue aos líderes globais, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues foi nomeado enviado especial para a COP30. Ele levará um documento que detalha a história de sucesso do agro brasileiro em tecnologia e sustentabilidade, buscando o reconhecimento internacional.
Com a realização da conferência em solo brasileiro, o agronegócio vê a COP30 como o momento ideal para apresentar seus avanços e demandas ao mundo, buscando parcerias e investimentos para manter o crescimento econômico alinhado à agenda de sustentabilidade.
Redação Diário O Norte
Com a realização da conferência em solo brasileiro, o agronegócio vê a COP30 como o momento ideal para apresentar seus avanços e demandas ao mundo, buscando parcerias e investimentos para manter o crescimento econômico alinhado à agenda de sustentabilidade.
Redação Diário O Norte